Peixes e Nutrição

peixes se alimentando de uma pastilha alimentícia adesiva.

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Peixes a exemplo de outros organismos animais requerem a ingestão regular e, mais ou menos, frequente de alimentos de modo a permanecerem vivos, saudáveis, ativos e aptos ao crescimento e reprodução. Alimento é o nome que damos a variadas combinações de nutrientes, ou seja, substâncias utilizadas na formação de todos os tecidos vivos, quer sejam animais ou vegetais, tendo um papel relevante na manutenção da saúde e nas funções metabólicas dos nossos amigos aquáticos.

Os peixes necessitam dos mesmos tipos de nutrientes que nós seres humanos, muito embora em proporções diferentes, obtendo-os através da ingestão de matéria de origem vegetal, animal e mineral. Na natureza, a oferta de nutrientes está condicionada à variedade de alimentos presente no ambiente e ao nicho ecológico ocupado pelo animal.

peixes obtendo nutrição de uma pastilha de alimento adesiva.

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Assim sendo, os peixes podem ter hábitos alimentares muito especializados, sendo chamados de Carnívoros, quando somente se alimentam de outros animais; Piscívoros, quando apenas ingerem outros peixes; Herbívoros ou vegetívoros, quando unicamente se alimentam de vegetais, e Onívoros, quando consomem nutrientes obtidos de todas essas fontes.

Apesar de já termos passado pela idade do ouro do aquarismo (infelizmente, essa afirmação é verdadeira apenas para o nosso país) acredito que os aquaristas do tempo de nossos avós teriam invejado algumas das facilidades, com as quais contamos atualmente. Dentre estas ocupam um lugar de destaques as modernas rações para peixes.

ingredientes de um alimento industrializado de boa qualidade.

Montagem de figuras ilustrativas extraídas de um anúncio de rações industrializadas da marca Tropical®, destacando os principais ingredientes que devem compor uma ração bem formulada e de boa qualidade.

Com o advento de técnicas de fabricação modernas (por exemplo, alguns fabricantes pressurizam as embalagens de suas rações com gases inertes, para evitar a oxidação prematura dos produtos nelas contidos) e um melhor conhecimento sobre as necessidades nutricionais dos peixes (quer sejam estes de hábitos carnívoros, vegetívoros ou onívoros), podemos encontrar alimentos prontos para servir imediatamente. A coisa ficou tão fácil que, para alimentarmos nossos peixinhos, basta abrirmos um potinho e despejarmos alguns punhadinhos de alimento, umas poucas vezes ao dia.

alimentos industrializados para peixes.

Exemplos de alimentos industrializados (rações) para peixes, à direita amostra de alimento em flocos, insetos desidratados a vácuo, tubifex em cubinho e pastilhas alimentícias adesivas, fotografia de Pinpin. Fonte Wikipedia. Foto da esquerda, ração em flocos, fotografia de Buchling. Fonte Wikipedia.

Isso não foi sempre assim, houve uma época, em que, simplesmente, não havia uma oferta regular de alimentos industrializados e quando os encontrávamos, nada mais eram que misturas farináceas cujos ingredientes principais eram fubá e farinha de rosca misturados com um pouco de farinha de sangue e/ou de peixe.

cladóceros e copépodos, alimentos vivos para alevinos e peixes de pequeno porte.

Montagem de duas fotografias mostrando diversas espécies de cladóceros (esquerda) e de copépodos (direita), dois tipos de crustáceos de água doce muito utilizados na alimentação de larvas, alevinos e peixes de pequeno porte. Fotografias de Andrei Savitsky. Fonte Wikipedia.

Os aquaristas mais dedicados “caçavam” ou “pescavam” a alimentação dos seus peixes (quase todos os bons livros de aquarismo dessa época davam dicas de como obter minhocas, larvas e ovos de formigas, larvas e ovos de pernilongos, pulgas d’água (Daphnia spp.) ou o mau cheiroso Tubifex spp. e outros itens similares que atualmente são praticamente impossíveis de encontrar) ou desenvolviam suas próprias receitas caseiras, geralmente alguma variante local da famosa fórmula da pasta de Myron Gordon (biólogo, geneticista e oncologista, que realizou pesquisas médicas (nos idos de 30, 40 e 50 do século passado), com peixes de aquários, notadamente platís e espadas – Xiphophorus spp.).

Funcionário do Aquário de Nova Iorque preparando o patê de Gordon.

Funcionário do Aquário de Nova Iorque preparando o patê de Gordon  para alimentar os peixes abrigados na instituição. Fonte Handbook of Tropical Aquarium Fishes, McGraw-Hill Book Company, 1955, p.78. Fotografia renderizada pela AI do snapedit.app.

Aqui a formula original e o modo de preparar do famoso patê de Gordon, extraida do manual The Care and Breeding of Laboratory Animals publicado por John Wiley & Sons, Inc, New York, 1950, p. 376. Uma libra (~ 500 g) de fígado de boi, 20 colheres das de sopa de Pablum ® ou Ceravim ®, 2 colheres das de chá de sal. Limpe com cuidado o fígado, retirando as membranas, vasos sanguíneos e tecido fibroso, corte em cubinhos de mais ou menos 1 cm de lado.Bata os cubos fígado com uma quantidade equivalente de água no liquidificador, Peneire o líquido obtido em uma peneira de malhas finas e adicione o sal. Adicione o Pablum ® ou Ceravim ® aos poucos misturando bem até obter uma pasta homogênea. Divida em porções (equivalentes ao consumo diário dos peixes) em recipientes de vidro que tenham tampa. Coloque os recipientes abertos, em uma travessa com água, no forno e aqueça até a água começar a ferver (ou seja, em banho-maria), desligando o fogo em seguida, deixe esfriar naturalmente dentro do forno e tampe cada vidro. Esse procedimento tem como objetivo coagular os líquidos do fígado. Guarde na geladeira as porções que pretende utilizar nos próximos dois ou três dias e congele o excedente. A pasta deve ser descongelada antes de servir. Retire os restos do patê que não foram consumidos passados 15 minutos do fornecimento deste alimento, visto que os resíduos não consumidos poluem muito facilmente a água dos aquários de volume pequeno.

Eu usei muito, nos meus tempos da UPK, uma variante dessa receita que incluía além do fígado, 500 gramas de coração de boi, limpo e cortado da maneira descrita acima, juntamente com 30 folhas de espinafre, mergulhadas por 3 minutos em água fervente, um ovo inteiro (gema, clara e casca), uma sardinha inteira (cabeça, espinha, vísceras, escamas) e uma cenoura crua, previamente ralada, tudo batido no liquidificador e peneirado conforme acima. Após a fervura da água do banho-maria, dissolvia duas folhas de gelatina sem sabor em um pouco de água quente e acrescentava duas colheres das de sopa da gelatina líquida (misturando muito bem) a cada recipiente de ração (usava os frascos das papinhas prontas para bebes da Nestlé) antes que esfriassem. Como nunca encontrei as marcas de cereais pré-cozidos mencionadas acima nos mercados da minha região substitui por Neston ® usando da mesma maneira descrita acima (somente triplicando a quantidade do Neston ® por conta da adição do coração e dos demais ingredientes) sem nenhum problema. Aviso: ao aquecer a massa expande, portanto, não encha os recipientes acima da metade, pois, o patê pode extravasar pela borda fazendo uma bela lambança.

CONTINUA: